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BDSM NÃO É PARA TODOS

Atualizado: 23 de ago.

BDSM não é para todos

AVISO: O texto a seguir é uma análise honesta e direta sobre o universo BDSM no Brasil, com base em observações ao longo de anos de prática, estudos e vivência. Os tópicos não se referem a pessoas ou grupos específicos, e sim a padrões comportamentais recorrentes. Caso sinta-se ofendido, talvez seja hora de refletir sobre seus próprios limites.


“Entre o desejo e o descontrole há uma linha. No BDSM, ela não pode ser cruzada.” - Mestre Lenhard

Sou praticante de BDSM há muito tempo. Escrevo, ensino e trabalho com couro artesanal voltado ao fetichismo estético e ao prazer técnico — e sempre me deparo com slogans como “BDSM é para todos” ou chamadas como “Transforme seu parceiro(a) no Dominador(a) dos seus sonhos”.


Essas frases vendem. Dão cliques. E são parte da engrenagem que dilui um universo complexo em fantasias rasas.


A verdade? BDSM não é para todos. E isso não é arrogância, é cuidado.


Abaixo, listo 14 razões pelas quais o BDSM exige mais do que curiosidade. Ele exige caráter, responsabilidade, maturidade e uma sensualidade que vai além do corpo. BDSM é uma arte. E arte não é para qualquer um.


1. BDSM não é para quem não respeita regras


O BDSM não é caos. É ordem consentida. Ele existe sobre pilares como estrutura, códigos, castigos, recompensas, papéis e protocolo. Quem não entende ou desrespeita isso, está brincando de perigoso — e colocando a si e aos outros em risco. Respeitar regras é a base do jogo. Sem elas, o que você tem não é BDSM: é ego puro mascarado de fetiche.


2. BDSM não é para quem não entende consensualidade


O princípio do SSC (São, Seguro e Consensual) ou RACK (Risco Assumido com Consenso) não é opcional. Quem força, manipula, ou simula “consenso” usando poder emocional, está abusando. BDSM não é válvula de escape para sadismo descontrolado ou perversão não admitida. Tudo é acordado. Tudo é negociado. Tudo é limpo.


3. BDSM não é para quem quer fugir da realidade


Muita gente procura o BDSM para escapar de si. Mas isso não é caminho, é fuga. Quem não está psicologicamente em dia, pode se perder em jogos que confundem prazer e dor com alívio emocional.

O BDSM exige presença. Exige saúde emocional. E exige capacidade de diferenciar fantasia de carência.


4. BDSM não é justificativa para comportamentos criminosos


Amarrar, vendar, impactar, dominar — tudo isso exige confiança, ética e maturidade. Há criminosos que se escondem no fetiche para justificar abuso, chantagem, coerção e até crimes piores. Isso não é BDSM. Isso é doença + má-fé + manipulação. Não naturalize o anormal. BDSM não é desculpa para desvio de caráter.


5. BDSM não é para quem trai relacionamentos monogâmicos


Mentir não é jogo. BDSM se baseia em transparência e confiança. Quem trai em silêncio, pode manipular em segredo. Não importa se você é dominante ou submisso. Quem mente sobre a base da relação, não é digno de partilhar um universo tão íntimo.


6. BDSM não é um ato político


Você pode ter sua luta. Pode usar o couro como protesto. Mas o BDSM não é, por si só, uma militância. É expressão erótica, íntima, estética. Não é desfile, nem obrigação de aceitação pública. BDSM é para quem busca prazer e entrega — não palanque.


7. BDSM é para adultos


Adultos de verdade. Não apenas maiores de idade, mas pessoas com maturidade emocional e responsabilidade afetiva. Menores de 18 anos não devem nem iniciar práticas, muito menos consumir conteúdo explícito. Quem insiste nisso, cruza uma linha perigosa e, possivelmente, ilegal.


8. BDSM não é swing


Swing e BDSM podem coexistir (leia o texto sobre Swinky), mas são mundos diferentes. BDSM envolve estrutura simbólica, entrega emocional, tensão estética. Swing é troca consensual, mas sem estrutura hierárquica de poder. Misturar os dois pode ser delicioso — desde que haja clareza, acordo e entendimento das diferenças.


9. BDSM não é fantasia de filme


“50 Tons de Cinza”? Ficção. Dominadores não são bilionários traumatizados. Submissas não assinam contratos sob holofotes. Na vida real, o BDSM é feito por pessoas comuns. Que suam. Que têm cicatrizes. Que vivem o fetiche com alma, não roteiro.


10. BDSM não é pornô


Nem toda cena BDSM é excitante para os olhos alheios. Nem todo dominador tem corpo de ator. Nem toda submissa geme em looping infinito. BDSM real é íntimo, cru, por vezes silencioso. O que você vê na pornografia é performance. BDSM é presença.


11. BDSM não é fórmula de sucesso financeiro


Você pode lucrar com o universo BDSM? Sim. Com ética, estudo, proposta clara. Mas muita gente vende “mentoria” sem vivência. Cobra PIX por “oi”. Explora afetos de iniciantes. Isso não é jogo. É golpe. E golpe não tem vez aqui.


12. BDSM não é para quem busca aplausos


Se você quer palco, likes e curtidas, talvez o burlesco seja mais adequado. O BDSM pode ser estético, teatral, performático — mas não é vaidade disfarçada de domínio. Quem joga para a câmera, às vezes esquece o essencial: o olhar de quem está com você, ali, na cena.


13. BDSM não é para quem tem fobia de limites


Se você não sabe ouvir “não”, se irrita com safeword, se acha acima das regras...Você não é dominante. Nem submisso. Você é irresponsável. O BDSM começa quando o limite é respeitado — e termina quando o ego ultrapassa a linha.


14. BDSM não é para todos.


E isso é o que torna tudo tão valioso.


Esse universo é feito para quem sabe navegar com intensidade, mas também com respeito. Para quem entende que poder é presente. Que entrega é coragem. Que dor pode ser forma de conexão — mas nunca de abuso.


Se você se reconhece em tudo isso, seja bem-vindo. Se não... há um mundo inteiro lá fora para você explorar. Mas não cruze essa linha.


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